Suspiro quando me lembro do primeiro e o
único beijo que deu-me, desaparecendo como fumaça da minha frente, desamparada
fiquei, nem noticias suas você se quer deu-me. Momento aparecia em minha frente
como fumaça, abraçava-me e sumia novamente sem dizer adeus. Tinha a impressão
de que aparecia em meus sonhos, acordava, batia a carência e remoia entre os
lençóis, não havia explicações por que de tanto amor que sentia por você, foi
somente um beijo, perguntas foram sendo lançada a minha sorte, respostas que
jamais conseguia encontrar nos seus olhares, pois, suas chegadas eram tão
rápidas e suas saídas eram tão imprevisíveis, atordoavam minha mente, ainda
mais quando deixava rosas negras em cima da minha cama, arrepiava minha alma.
Dormia ao som dos seus passos chegando à
beira da minha porta deixando mais uma de suas rosas e desaparecia deixando sua
negra saudade. Sentia medo, ao mesmo tempo anestesiada. Não sabia as horas que
você viria, sabendo que nas madrugadas você visitar-me-ia rapidamente, deixando
mais uma de suas rosas com a mesma cor. Juntava estas rosas em um vaso, sem
água, pois elas permaneciam vivas. Continuei viver esta fantasia maluca,
nostálgica que me deixa remexida por dentro de tanta euforia misturada com
amargura. Sem sua presença eu sentia o inferno em minha vida, passava as horas recaia
o céu em minha cabeça. Parecia que você acompanhava meu dia-dia, minha rotina
estava desenhada, calculada, somente para que você soubesse onde eu estava. Tinha
muitas alucinações, coisas bizarras apareciam em minha mente, perturbava meu
consciente, fazendo-me cair em tremendo desespero, despia das minhas melancolias
e refugiava para dentro da igreja, lá me sentia segura de mim mesmo, esquecia
tudo, mas você continuava vagar em minha mente.
Queria você, sempre! Em outros momentos
preferia você longe de mim, cheguei a sentia todos os sentimentos possíveis,
até a morte eu desejei! Isso é muita loucura para mim! Não sabia a quem
recorrer, pois amei demais, tinha medo demais e estava ficando anormal demais.
Não sei o que ele tinha, mas o que tinha mexia com minhas estribeiras, perdia o
controle de mim, humana, afundava em um abismo, uma escuridão que não enxergava
você. Recorri aos astros em dizer o que me reservava à única coisa que ele
disse foi um pacto. Quanto mais eu esperava outro beijo, mais ele sugava minha
alma, meus sentimentos ele controlava, senti-me bastarda de mim mesmo. Por onde
andas? As rosas que deixa em minha cama ou perto da porta continuam vivas desde
o primeiro dia. Não sabia por que ela tinha aquela cor e muito menos porque
elas sobrevivem sem água, mas tinha um apego a elas, dava-me a sensação de obscuridade
em minha paixão.
Certo dia, acordei às três horas da
madrugada, você estava em pé em frente a minha cama, assustei, pois não havia
ouvido os passos. Sua forma não era como na ultima vez que vi, a luz do luar dava
para enxerga os seus olhos vazios penetrando em minha mente, vivenciei em
segundos tudo novamente, começando pelo beijo. Voltei ao consciente você não
estava mais lá, acendi a luz, havia penas espalhadas no chão. Naquele momento
eu fiquei abismada, sem palavras, não sabia que poderia vivenciar algo sobrenatural,
senti calafrios quando percebi que envolvi-me com alguém que eu não tinha
controle, mas tinha poder para controlar-me. Suspirei com ar de amargamente e
deitei no chão em prantos, de pensar que mesmo descobrindo quem ele era,
continuei amando.