domingo, 6 de novembro de 2011

Bruxa do amor


  Andei por terras inabitáveis a procura de algo que criasse vida ao meu semelhante mundo, pelas veredas da angustia vagava solitariamente, não havia placas, indicadores, que mostrasse a direção de um mundo aonde eu encontrasse pessoas que me instruísse em criar vida à terra de onde eu vim.  Não sabia quem era eu, desconfiava somente da minha alma perdida, como as perguntas que me acompanhava. Perdi a noção do tempo e na terra que andava, pois não havia dia e nem noite. Era um viajante em busca de sentidos, um inocente em busca da verdade. A fragilidade que encontrava, dava brecha para o primeiro que estendesse a mão, aproveitaria da minha pequenez. De tanto caminhar já estava fadigado, sentei em uma rocha, abaixei a cabeça e suspirei em sinal de tristeza.  Levantei a cabeça para avistar a esperança, acabei avistando um casebre, a fumaça da chaminé indicava que habitava vida naquele lugar. Levantei apressadamente, corri, corri, parecia que quanto mais corria, mais longe o casebre ficava, decidi parar, retomar o fôlego e quando comecei a dar os primeiros passos a casa veio para perto de mim, pensei que estava tento alucinações, mas não importei. Bati na porta, ela estava entre aberta, o ranger das ferraduras indicava a velhice do lugar, olhei de banda, e devagar fui abrindo a porta. 


   Avistei uma mulher sentada em frente à lareira, antes que eu dissesse algo, ela chamou-me pelo nome. Dizendo: homem dos passos largos, procuras a verdade onde mora em ti a inocência, nada sabeis da vida, mas guarda em ti um mistério intocável, tendo o poder de destruir mundo e criá-los em meio ao nada. Fiquei parado, com as pernas tremulas, aonde não consegui conversar se quer com minha alma. Uma simples senhora chama-me pelo meu nome, era algo complexo para o meu entendimento, minha racionalidade não compreendia o sobrenatural, mas tinha a certeza de que algo diferente, ela tinha! Ela convidou-me para sentar ao seu lado, com receio, sentei devagar, já não sabia mais onde estavam minhas perguntas, o meu desespero agora era saber de onde está mulher conhecia-me. Ela apoiava mesmo sentada em uma bengala em forma de cruz, despercebido olhava os detalhes do casebre, ela encarou-me com os olhos, olhando dentro deles, não sei como ela fez aquilo, meu corpo perdeu a noção do lugar, fui dimensionado ao meu mundo. Paramos em pé no meio dele. Ela virou e disse: Veja o nada e o tudo ao mesmo tempo? Fiquei confuso com a ambigüidade de sua pergunta, ela virou mais uma vez e disse: Veja o tudo em meio ao nada! Não entendi novamente o que ela quis dizer. Então me pegou pelo braço e disse: Covarde! Veja o tudo em meio ao nada! Eu respondi com arrogância – Não a tudo e não a nada! Sabendo da minha resposta, ela êxito com grande voz, - homem sem amor, não sabeis criar o nada e nem despertar o espírito que da vida!

   Lanço-te um feitiço! Perderas a inocência que dá sentido da vida, colocarei o amor que adocica sua alma e poderá vivenciar amargos dias, conjuro vossa alma para o infinito do seu ser, não saberás viver sem o amor, mesmo desprezando, escorraçando, não poderás destroná-lo, pois você e o alicerce da vossa sobrevivência. Nem que profiras palavras de maldição não reverterá o que já está escrito. Os seus sábados pode haver luz, negros também se tornaram, quer o poder para da vida ao seu mundo vazio? Enxergue o tudo em meio ao nada! O seu passado é a resposta para o seu presente, espinho da imaculada cruz que irá carregar. Não vê como o seu mundo foi destruído por uma guerra que você mesmo travou?! Desafiou a fúria do amor, sucumbindo a sua morada, tirando laços de diplomacia, partindo para sangrenta guerra fria. O que tudo isso adiantou? Nada! Por isso não sabeis enxerga o tudo em meio ao nada!
 
   Com tudo o que ela disse, fiquei embasbacado, mesmo ela falando entre linhas eu vi as resposta saltando entre elas, mas uma duvida era pertinente, incomodava o neurônios das minhas compreensões, Perguntei: Quem é você? Conhece-me de onde? Nunca a vi em meu mundo? Ela, batendo a bengala no chão, dimensionados fomos para o casebre, estava eu sentando do mesmo jeito que sai se realmente sai.  Com sua voz mansa ela disse: Homem de passos largos, quando decretastes a guerra, o primeiro nome que gritou foi: bruxa do amor, banalizando minha imagem, fazendo com que as pessoas perdessem a fé pelo amor. Quando deu o seu grito de guerra, invoquei um feitiço, disfarçando do seu mais intimo amigo, fiquei do seu lado, instrui, planejai estratégias, aplicando contra mim mesma. Mesmo sabendo que perderia, destruí o seu mundo, para que em meio ao nada, enxergasse o tudo. Minha missão de paz termina aqui, fiz um feitiço que jamais poderá reverter, saberás criar em meio o nada o tudo, o tudo estará em você. Chegou a minha vez! De fazer o seu mundo de nada, um tudo!