Andei por terras inabitáveis a procura de algo que criasse vida ao meu
semelhante mundo, pelas veredas da angustia vagava solitariamente, não havia
placas, indicadores, que mostrasse a direção de um mundo aonde eu encontrasse
pessoas que me instruísse em criar vida à terra de onde eu vim. Não sabia quem era eu, desconfiava somente da
minha alma perdida, como as perguntas que me acompanhava. Perdi a noção do
tempo e na terra que andava, pois não havia dia e nem noite. Era um viajante em
busca de sentidos, um inocente em busca da verdade. A fragilidade que
encontrava, dava brecha para o primeiro que estendesse a mão, aproveitaria da
minha pequenez. De tanto caminhar já estava fadigado, sentei em uma rocha,
abaixei a cabeça e suspirei em sinal de tristeza. Levantei a cabeça para avistar a esperança,
acabei avistando um casebre, a fumaça da chaminé indicava que habitava vida
naquele lugar. Levantei apressadamente, corri, corri, parecia que quanto mais
corria, mais longe o casebre ficava, decidi parar, retomar o fôlego e quando comecei
a dar os primeiros passos a casa veio para perto de mim, pensei que estava
tento alucinações, mas não importei. Bati na porta, ela estava entre aberta, o
ranger das ferraduras indicava a velhice do lugar, olhei de banda, e devagar
fui abrindo a porta.
Avistei uma mulher sentada em frente à lareira, antes que eu dissesse
algo, ela chamou-me pelo nome. Dizendo: homem dos passos largos, procuras a
verdade onde mora em ti a inocência, nada sabeis da vida, mas guarda em ti um
mistério intocável, tendo o poder de destruir mundo e criá-los em meio ao nada.
Fiquei parado, com as pernas tremulas, aonde não consegui conversar se quer com
minha alma. Uma simples senhora chama-me pelo meu nome, era algo complexo para
o meu entendimento, minha racionalidade não compreendia o sobrenatural, mas
tinha a certeza de que algo diferente, ela tinha! Ela convidou-me para sentar
ao seu lado, com receio, sentei devagar, já não sabia mais onde estavam minhas
perguntas, o meu desespero agora era saber de onde está mulher conhecia-me. Ela
apoiava mesmo sentada em uma bengala em forma de cruz, despercebido olhava os
detalhes do casebre, ela encarou-me com os olhos, olhando dentro deles, não sei
como ela fez aquilo, meu corpo perdeu a noção do lugar, fui dimensionado ao meu
mundo. Paramos em pé no meio dele. Ela virou e disse: Veja o nada e o tudo ao
mesmo tempo? Fiquei confuso com a ambigüidade de sua pergunta, ela virou mais
uma vez e disse: Veja o tudo em meio ao nada! Não entendi novamente o que ela
quis dizer. Então me pegou pelo braço e disse: Covarde! Veja o tudo em meio ao
nada! Eu respondi com arrogância – Não a tudo e não a nada! Sabendo da minha
resposta, ela êxito com grande voz, - homem sem amor, não sabeis criar o nada e
nem despertar o espírito que da vida!
Lanço-te um feitiço! Perderas a inocência que dá sentido da vida,
colocarei o amor que adocica sua alma e poderá vivenciar amargos dias, conjuro
vossa alma para o infinito do seu ser, não saberás viver sem o amor, mesmo desprezando,
escorraçando, não poderás destroná-lo, pois você e o alicerce da vossa
sobrevivência. Nem que profiras palavras de maldição não reverterá o que já
está escrito. Os seus sábados pode haver luz, negros também se tornaram, quer o
poder para da vida ao seu mundo vazio? Enxergue o tudo em meio ao nada! O seu
passado é a resposta para o seu presente, espinho da imaculada cruz que irá
carregar. Não vê como o seu mundo foi destruído por uma guerra que você mesmo
travou?! Desafiou a fúria do amor, sucumbindo a sua morada, tirando laços de
diplomacia, partindo para sangrenta guerra fria. O que tudo isso adiantou?
Nada! Por isso não sabeis enxerga o tudo em meio ao nada!
Com tudo o que ela disse, fiquei embasbacado,
mesmo ela falando entre linhas eu vi as resposta saltando entre elas, mas uma
duvida era pertinente, incomodava o neurônios das minhas compreensões,
Perguntei: Quem é você? Conhece-me de onde? Nunca a vi em meu mundo? Ela,
batendo a bengala no chão, dimensionados fomos para o casebre, estava eu
sentando do mesmo jeito que sai se realmente sai. Com sua voz mansa ela disse: Homem de passos
largos, quando decretastes a guerra, o primeiro nome que gritou foi: bruxa do
amor, banalizando minha imagem, fazendo com que as pessoas perdessem a fé pelo
amor. Quando deu o seu grito de guerra, invoquei um feitiço, disfarçando do seu
mais intimo amigo, fiquei do seu lado, instrui, planejai estratégias, aplicando
contra mim mesma. Mesmo sabendo que perderia, destruí o seu mundo, para que em
meio ao nada, enxergasse o tudo. Minha missão de paz termina aqui, fiz um
feitiço que jamais poderá reverter, saberás criar em meio o nada o tudo, o tudo
estará em você. Chegou a minha vez! De fazer o seu mundo de nada, um tudo!