Deixo meu aperto de mão, em maus lençóis das perguntas que atinam para
as horas que passa na derradeira correria do colapso mundo, prossigo também na
jangada da maquina poluente. Aquelas paixões tão vazias de si não vão esquecer
jamais, as malas que pesam minha consciência distorcida, não dizem mais
nada. A pressa do sutil dia ensolarado
faz horas correrem para a mórbida monotonia, embaraço de mentes de
encantamentos mal sucedidos. Acabei descobrindo que estou com o paladar do amor
amargo na ponta da minha língua. Lagrimas não dizem mais sobre minhas
fragilidades, fico presa, entediada por não amar em um único sentindo, como se
o ar que em mim faz sobreviver minha alma, o amor é um pedaço que deixo de mim.
Quando recebi estas palavras debaixo de minha porta, eu chorei. Como eu
gostava dos tempos memoráveis, não esquecerei com intenso desejo as verdades
que ficaram no oculto das minhas incertezas. Naquela manhã, eu resolvi
responder mais uma de suas cartas. Escrevi:
Você é a mal amada cobiçada! Cheia de vaidades orgulhosas e despeitadas.
O seu interior e o vazio das aparências que você carrega no olhar. Acomodou
demais na cama da solidão, está doente por não poder amar-me de uma forma
corajosa. Eu tentei interna sua rebeldia no acalento do meu colo amigo, você estapeou
minha gentileza e destruiu a delicadeza das minhas considerações. Eu sempre
recebo seus escritos ressentimentos, mas não vou punir meu raro amor em sofrer
desnecessariamente. Você foi ditadora contra a racionalidade dos meus ideais, no
fundo das minhas inspirações a caneta do poeta que mora em mim, recusa a
escrever verdades sobre sua egocêntrica vaidade. Como eu amava as pesadas
palavras que sobrepunha na minha cansada mente desgovernada.
Sinto que o arrependimento não remediará o presente sofrido. Curo-me das
inverdades ditas, calunias da cólera, refugiei nas calmas aguas do meu silêncio
para refrigerar minha alma ferida. Quero que siga suas convicções sobre a
imagem distorcida de mim, sei que nada mudará depois que receber minhas escritas
misturadas de rancor e liberdade.
Enviei a carta, passou dias, meses e a ansiedade diminuía ao passar das
estações. Foi quando naquela tarde chuvosa eu recebi o mesmo envelope que havia
colocado a carta, olhei, pensei profundamente em não abrir, mas minha
curiosidade era a esperança que estremecia as expectativas. Abri, estava tudo
lacrado, não havia resposta, nem afirmações. No sincero intimo havia atinado
que havia respondido minha própria alma. Ela escondia de mim através de cartas com
verdades nuas e cruas, eu por sinceridade, respondia com verdades sobre
mim.