sábado, 4 de fevereiro de 2012

Homicídio solitário


  Sai com uma brutal decisão de seduzir a solidão, coloquei na minha mochila os sentimentos maus que carregava, sai em busca e não sabia se iria encontrar, mas estava determinado. Corri atrás das caronas perigosas, das facetas indelicadas, pulei muros chapiscados, pulei camas solitárias, até que no abismo da perdição cai, deslanchei sobre as musicas vagas, das palavras sem sentidos vazias da compreensão, percebi de impacto que estava na morada da solidão. Passei por labirintos da loucura, da tristeza sem sentido, perguntas que fazem perder a cabeça, nada detêm minha vontade de encontrar- lá. Cheguei à escuridão da carência. Estava sentada, majestosa como a rainha da escravidão. Com o charme que possuía cheguei ao pé dos seus ouvidos, acariciei seus belos cabelos, e olhei nos seus olhos que temia aos infelizes, incapacitados de vencer a corroída solidão. O meu beijo foi fatal, a fez cair nos meus braços como se fosse o seu noivo solitário. Levei-a para o meu mundo, saímos de mãos dadas, eu sorrindo alegremente ela contente sorridente. Eu já estava cansado de carregar a mochila, ela ofereceu em carrega - lá para mim.

  Chegamos perto de um penhasco, a paisagem era digno de um filme. Chamei-a para chegar mais perto para ver o rio que passava lá em baixo, aproximando sem temor algum, olhou gosto do que viu. Eu a abracei tão forte e sincero virando vagarosamente ela de costas para o penhasco. Com um tom manso, disse: Feliz ter você comigo, carregando o fardo que me colocou, a paixão ensinou-me a seduzir-te, caiu no conto da sua própria vontade que enfraquece os sentimentos, que destrói o meu amor e que me faz infeliz. Minha missão está selada, eu venci! Com violência eu empurrei a precipício abaixo, não olhei para trás. Tirei a roupa que tinha, os disfarces que carregava e corri para encontrar a felicidade. Não tinha temor algum que encontraria, pois o amor que aguardava estava esperando-me da certeza.

  Em busca da felicidade freie Bruscamente nas latentes emoções, olhei para trás em sinal de contradição, a solidão morta, restava o vazio que deixava desprotegido do medo que me assombra, recebi um baque da paixão, quando minhas informes vontades a confrontou. Queria amar, mas não sabia enxergar se a paixão era passageira ou armadilha para desmoronasse a esperança de vez. Avistei uma árvore, decide escrever nela, queria deixar registrado um homem, para mim ele era tão simples quanto o amor que desejava. Olho para os galhos retorcidos que semelha a necessidade correspondida. O desejava muito, mas não sabia lidar com seus desejos arrebatadores. Jogar de cabeça na altitude da paixão tão querida por mim? Posso apostar as fichas que guardei tanto tempo na solidez que eu meus construirei? Ou afogo minha alma na melancolia e ressuscito a solidão? Minhas indagações são destreza da perturbação que vivo.

  Despir da covardia em não ceder a razão que presente está nas palmas das minhas mãos, no ato da submissão confesso que tal loucura é temida por mim, não posso encolher a justificada ausência de amor que possuo baseado nas aventuras que vivi. Percebendo que cheguei à raiz daquela árvore escrevi versos da certeza de que é bom estar apaixonado, sonhar com a delicadeza de sentir saudades, a raiva do tempo que não passa, da intensidade que nos faz sofrer, das caricias dengosas que nos aproxima, do calor que incendeia os lençóis. Isso é o desejo envolvente que me aperta de correr riscos imensuráveis de enganar minha razão, tudo isso estou disposto a passar, aprendendo contigo a amar, e você reaprendendo comigo o gosto de enamorar.

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